Histórias do ViNícULa - Claro, como se isso fosse verdade

Ele abriu o programa de conversas. Tipo um msn, google talk ou algo do tipo. Olhou sua imensa lista de contatos. Muitos amigos. Muitas amigas. Muitas gurias bonitas para ter conversas cheias de malícia e duplo sentido. Muita gente para xingar e depois bloquear. Muita gente para marcar encontro, de qualquer espécie.

Mas nada daquilo lhe parecia agradável. Resolveu ter uma conversa normal. Depois de um 'oi' simples, leu o que não esperava ler. "Estou com saudades" disse a pessoa. Guria.

Fazia tempo que não conversavam. Mais tempo ainda que não se encontravam pessoalmente. Ele, várias e várias vezes, mandou emails, mensagens, coisas do tipo e ela respondia com simples "obrigado", sem ao menos responder as perguntas quanto ao seu estado, físico, emocional e psicológico. Ela o ignorava e agora dizia que estava com saudade.

Ridículo.

Ele teria bons argumentos para xingá-la. Jogar tudo na cara. As mensagens não respondidas, ou melhor(não seria pior?), respondidas com indiferença. Como quem diz "tá, e daí?! que você me mandou uma mensagem e importa-se comigo". Mas ele não teve vontade de dizer aquilo. Então foi hipócrita, como tantas vezes foi obrigado, por uma sociedade patética, a ser no seu dia-a-dia.

Disse que estava com saudades também e que não via a hora de reencontrá-la. Tudo mentira. Ela disse o mesmo. A conversa durou mais alguns minutos. Com as mesmas perguntas hipócritas de sempre. Perguntas hipócritas que vem sempre com substantivos ou adjetivos hipócritas. Porque a hipocrisia nunca vem sozinha.

Alguns minutos e mais nada. E nunca mais voltaram a conversar. Ele porque não conseguia esquecer daquele "estou com saudades". Ela, porque não conseguia lembrar quem era ele.

2 comentários:

Maurício disse...

baseado em fatos reais

aposto que já aconteceu com um monte de neguinho por aí.

Folhas em branco disse...

isso acontece deeemais :D