Histórias do ViNícULa - porque tudo tem um fim

Ela apaixonou-se. Loucamente. Insanamente. Talvez somente platonicamente mas, se apaixonou. Ou achou que estava sentindo tudo aquilo. Fez greve de fome, dançou samba no teto, foi de São Paulo à Buenos Aires andando de monociclo. Comprou um canal de televisão(de quinta categoria, claro), comprou toda a publicidade aérea. Tudo quanto é jornal e revista.

Em tudo isso colocava indiretas. Em todas as palavras e vozes ela colocava indiretas para que ele percebesse que ela existisse e, segundo ela, percebesse que ela era a mulher da sua vida.

Mas nada disso adiantou. Ele passava por ela e sequer cumprimentava-a.

Ela então decidiu ir falar com ele, diretamente, para ver se ele então chegava a conclusão que, segundo ela, claro, ela era a mulher certa para ele. Foi então que ela descobriu que não amava mais ele quando o mesmo disse:

- Não olho jornais, revistas, televisão, não ouço rádio nem nada. Sequer olho para o céu, pois meus olhos não aguentam a claridade. Me desculpe, mas não sei do que você está falando. Aliás, quem é você?

Ela então decidiu colocar anúncios de papel higiênico e clips, importados da China, claro, em todos os meios de comunicação que havia comprado.

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