Ai ai, família...

A humanidade está mesmo perdida. Não têm mais jeito. Os poucos seres conscientes de tudo não conseguem fazer muito pelos normais, porque estes simplesmente são cegos. Eles não estão, eles SÃO cegos. Jamais entenderão o que nós queremos dizer. Eles não podem ver, não percebem as coisas. Jamais entenderão. Então, falar tudo isso aqui, não é para que alguém passe a ver as coisas de um modo diferente. É para que aqueles que vêem as coisas de um modo diferente saibam que não estão sozinhos.
Ontem teve um encontro em família. Todos os filhos da minha avó materna, cada um com a sua família, e ainda uma família de amigos nossos. Não fosse estes últimos, aquilo teria sido uma chatice. Mas esta família de amigos nossos são gente boa, e eles sempre ensinam centenas de sacanagens legais de se fazer com os outros. Já os meus parentes são todos desorientados. Dividem-se em tios e primos.
Na rodinha onde estão os primos é impossível permanecer porque eles conversam sobre coisas fúteis.É sempre sobre bebidas ou garotos(as). A roda onde estão os tios já é mais suportável. Mesmo assim, é impossível presenciar um debate entre elas. Acreditam em "verdades" absurdas (coloquei "verdades" entre aspas porque a verdade não compreende mais que uma versão). Até pensei em dizer, ao invés disso, que eles acreditam em Papai Noel. Mas até as inocentes crianças que acreditam no velho propaganda da Coca-Cola sabem que as coisas não funcionam assim.
Então, eu passei ontem um bom tempo sozinha. Caminhava de um lado para o outro carregando pratos, copos, e o que tivesse que ser carregado. Onde não tinha ninguém eu ficava um tempo parada, como se estivesse esperando alguém ou algo. Mas eu não queria que ninguém chegasse. Eu prefiro a solidão do que a companhia daqueles parentes. Aliás, eu tenho sido mais sociável, mas eu ainda prefiro solidão à companhia de muitas pessoas. Não é completamente desfundamentada essa imagem autista que muitos humanos costumeiramente fazem de mim.
Mas ontem não tinha essa de ficar sozinha. A família é grande, e tinha gente por todos os lados. Escolhi ficar junto com minha mãe e com as tias que estavam conversando junto. Eu geralmente prefiro estar com meu pai, já que os homens são mais engraçados. Mas àquela altura, muitos deles já tinham bebido além da conta... Então, estava eu com as outras mulheres, e, de repente, a tradicional pergunta que a minha avó materna faz toda vez que me vê, desde os meus 11 ou 12 anos: "Já tem namorado?". Ela gostaria muito que eu, como neta, fizesse a minha parte, casasse, e desse um bisneto a ela de uma vez. Ela iria achá-lo lindo, mas com certeza não trocaria suas fraldas nem faria ele calar a boca quando começasse a encomodar. Aliás, minha vó também gostaria de ter um neto doutor, que fosse médico. Mas ela nunca incentivou nenhum a ir fundo nos estudos, e muito menos os financiou para algum neto. Dar apoio moral é fácil, mas se a coisa aperta, ninguém se responsabiliza.
Mas, do que eu estou reclamando? Eu deveria agradecer. Primeiramente, por ter os lhos abertos. E depois, porque hoje já é segunda-feira. O domingo passou sem muitas demoras, e eu sobrevivi a mais um temível encontro de família.

2 comentários:

Vini Manfio disse...

hahahahhahahahahha
pensei que só a minha vó me perguntasse sempre se eu tinha namorada ou não
hehehehhehh
aliás
a minha vó é o de menos
o pior são os parentes do paraná
o punhado de tia que tenho por lá
não gosto muito dos parentes do paraná
prefiro os daqui
apesar de serem apenas parentes por parte de pai
acabo rindo e me divertindo mais por aqui do que com os parentes da mãe
mas é legal família
só que tem momentos que
não adianta
a solidão é melhor até do que comer uma bergamota no pé num dia de 40°
hehehehhehe

Vini Manfio disse...

"... que vive a vida a procurar, alguém que siga o meu caminho, e veja tudo como eu..."