Sozinho

(escrito em 03/06/08 no Futebolista? Porque vive descendo lenha)

Me sinto só, como muitos já se sentiram. Não que eu não tenha amigos, mas hoje eles não estão comigo. Não que eu não tenha família, mas hoje eles não estão comigo. Me sinto só porque preciso conhecer alguém como eu. Que esteja sempre tentando fazer algo em pró de alguma coisa. Me sinto só, assim como o Desábato se sentiu quando foi preso no brasil por chamar um negro de negro. Assim como o torcedor corintiano se sentiu na reta final do campeonato brasileiro do ano passado.

Assim como Nicolas Anelka, merecidamente, se sentiu após entregar o título da Champions League para o Manchester. Assim como o The Kinks se sentia em relação às outras bandas da mesma época(Beatles, Rolling Stones e The Who), por não ter tanta publicidade para si.

Me sinto só como um atacante no esquema 4-5-1, porque por mais que os meias avancem, nunca será o bastante para fazer companhia a ele. Me sinto só como um juiz que marca um pênalti contra o time da casa, mesmo que tenha sido pênalti mesmo. Porque até os jogadores do time que vai bater o pênalti reclamam pela não expulsão do cometedor do pênalti.

Me sinto só, sem frescuras, sem ternuras, sem ataduras e felizmente sem rachaduras. Me sinto só porque preciso conversar com alguém. Nem que seja uma bobagem qualquer. Não por falta de amigos, não por falta de família, nem por falta de alguém para conversar… apenas por falta do maldito companheiro de ataque, cuja ausência é sentida demais pelo resto do time, que acaba levando uma pressão desgraçada mas no final consegue segurar o empate.

A vida, o futebol, tudo tão longe, mas tão parecido do mesmo jeito.

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