Sobre não querer "fazer feio"

Ontem à tarde fui novamente no encontro semanal do Onda (que nas férias tornou-se mensal). Acho que esta história de dar meu ar da graça o tempo inteiro foi longe demais (que nada, eu gosto de ser a engraçada). Como de costume, iniciamos o encontro com as preces e depois a oração. Cada um fazia uma prece. Geralmente eu falo algo engraçado, ou que soe engraçado, e então todos riem. Mas ontem eu estava falando sério, pedi para que saibamos aproveitar bem as férias. Todo mundo riu. Não sei se é porque só a minha cara já tornou-se engraçada, ou se é a minha voz, ou se, de tão acostumada a fazer piadinhas, às vezes faço uma achando que estou falando sério.
Depois, consegui dar o meu primeiro conselho útil do ano. Um garoto disse que não sabia cantar. Eu também não sei cantar, e sou do folclore do Onda (aquele pessoal que finge tocar violão e cantal mal, muito, muito mal), e por isso disse para ele: "Não tem importância. Pensa bem, são os outros que terão que agüentar mesmo".
Aí depois, teve a sagrada hora da comilança. Alguns foram num mercado próximo para comprar refrigerante. Se eu tivesse ido, teria comprado Coca-Cola (ou qualquer outro refrigerante de cola, o importante é que ele seje preto). Mas os que foram compraram Fruki de uva, de laranja, e de guaraná, porque Fruki era mais barato. Sinceramente, o de uva e o de laranja são horríveis; está bem, eu odeio qualquer refrigerante de frutas, mesmo Fanta, ou qualquer outro. Refrigerante eu só tomo de cola, mesmo. E não pode ser light nem diet.
Mas daí depois ensaiamos os cantos que iríamos tocar na missa. As gurias fizeram a gente ensaiar umas quatro ou cinco vezes a mesma música, com o argumento de que uma delas ficava fazendo ora voz aguda, ora voz contralto. Que importa isso? Aí eu disse outra vez: "Cantem de qualquer jeito, os outros que agüentem". Mas então a outra delas disse: "Ai, Grazi, a gente também não quer fazer feio, né". Que frescura... Quem se importa? Eu, que sou uma, não entendo as mulheres. Mas o interessante, é que a Missa, musicalmente falando, foi horrível. Meus ouvidos ardiam. As duas gurias que cantaram no microfone (que sempre cantam no microfone) cantam muito mal, eu odeio a voz delas (parece poser da Sandy, em termos de voz e jeito de cantar). Elas cantaram muito mal, fizeram feio de qualquer jeito, sem contar que elas inventam as partes das músicas. Já cansamos (eu e meus primos que também tocam violão) de ensinar as músicas para elas, mas elas vão lá e mudam tudo enquanto cantam.
Enfim, foi legal. Por que elas se preocupam em cantar bem, e por isso fazem uns negócios com a voz que são insuportáveis. Se elas não se preocupassem, e cantassem de qualquer jeito, seriam mais naturais, ficaria mais bonito. A sociedade atual criou valores estranhos. Todo mundo quer ser e fazer as coisas pensando no que os outros vão pensar. Ninguém quer "fazer feio". Isso é ridículo; quem não gostou, e daí? Dane-se, faça melhor. Porque nós (eu e as pessoas que seguem a minha filosofia) não nos preocupamos em ser os melhores; nos preocupamos apenas em ser.

2 comentários:

Skici disse...

Bah...
é assim...
nem disse q seu irmão tbm é do folclore...
mas pode deixar...
vai ter volta...
ah, e o nome do "guri" q disse q não sabia cantar é Afonso...
Sua "folclorista incompetente"... como diz teu professor...

BOCATU....
hahahahaha

Anônimo disse...

Eu também acho que elas cantam mal... :P