Talvez você pense

Você não pode pedir que um ex-drogado cuide de um carregamento apreendido de drogas enquanto você vai ao banheiro. Como também não pode pedir que ele cheire um pó branco e diga que é cocaína. Como também não pode pedir que ele doe sangue ou seja segurança de um presídio. Deve fazer algum sentido pensar assim.

Esqueçamos as exceções. Pensemos no geral. Naquele cara que, se for dono de um bar, vai ter prejuízo por consumo próprio da mercadoria. Aquele cara que mente olhando nos olhos e depois diz 'agora é de verdade'. Aquele cara que pensa 'eu sou a melhor pessoa do mundo' ou aquele que diz 'ninguém presta'.

Geral, não exceção.

A tendência é lembrar dos maus exemplos. Dos viciados nisso ou naquilo. Em drogas, álcool, sexo - como o tiger woods - ou mesmo mentiras. É difícil pensar no cara que é viciado em recolher lixo do chão, no cara que denuncia bandidos e no outro que leva multa e não suborna o guarda.

Pensar no pior, lembrar do ruim. Da maioria de políticos corruptos. De eleitores sem caráter, vendidos por moedas que nem de prata são. Lembrar de traficantes de drogas, animais, objetos caros. Lembrar de quem chama de porcos capitalistas quem comemora o natal e no dia 25 de dezembro distribui presentes para os familiares. Daquele cara que chama os habitantes de cidade de imundos, por jogarem lixo no chão e na primeira sinaleira, baixam o vidro do carro e jogam para fora o cigarro já fumado.

Não é assim? Não é bem mais fácil pensar nos maus exemplos? Porque são a maioria, sim, concordo.

Só não concordo com usá-los como desculpa para errar. Para fazer as mesmas porcarias. Cometer os mesmos erros. Arruinar as coisas da mesma maneira. Afinal de contas, seguir os maus exemplos é burrice, além de ser uma grande estupidez insensata.

Mais fácil é, mas afinal, você tem ou não personalidade para saber o que é bom e o que é ruim, de um modo geral?

Dependendo da resposta poderei ter uma mínima ideia da possibilidade de uma melhora na conduta daqueles que tiveram a oportunidade de ler isso. Que não é nada além de um emaranhado de frases, com algum sentido, meio comum já.

Para pensar. Nem que seja até o próximo erro.

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